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Aço Verde, um novo compromisso com a sustentabilidade

14 Abr 2021

Você sabia que as indústrias do setor mínero-metalúrgico estão cada vez mais focadas em produzir de forma sustentável? Em todo o setor industrial mundial é preciso pensar nas questões ambientais desde o início do processo de produção.

Para isso, diversas companhias buscam tecnologias para terem atuação mais sustentável. Um exemplo disso é a norte-americana Boston Metal, do engenheiro metalúrgico Tadeu Carneiro, formado pela Poli-USP, ex-CEO da CBMM, e atual professor convidado do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Há dois anos à frente da empresa, ele desenvolveu uma tecnologia que promete revolucionar a siderurgia: a substituição total do uso do carvão por energia elétrica no processo de transformação do minério de ferro em aço. Em outras palavras, trata-se do “aço verde”, sem mais emissões de CO2.

“O aço é feito do jeito que conhecemos por mais de 3.000 anos. O ferro vem de 1.200 antes de Cristo”, diz. O produto é extremamente sofisticado, mas sua produção emite CO2, o que é um problema preocupante, diz Carneiro. Segundo ele, “o aço é e vai continuar sendo o material de engenharia mais importante que temos. Sua fabricação atual é de quase 2 bilhões de toneladas/ano”, diz o executivo, em entrevista concedida à Revista Ecológico.

Tadeu Carneiro – crédito: Evandro Fiuza

Ele explica que no processo inovador criado pela Boston Metal, não é necessário aglomerar os finos de minério de ferro, que é realizado por sinterização ou pelotização. Além de ser possível o uso direto dos finos de minério, “não precisa de carvão nem de coque”, diz. No uso de carvão ou de coque nos processos tradicionais da aciaria tem-se a emissão de CO2.

Durante o processo da Boston Metal, é possível coletar o aço líquido, que é igual ou melhor do que o aço líquido que sai da aciaria hoje, informa. “Do mesmo jeito, você adiciona o que precisa e manda para um lingotamento. É muito revolucionário”, analisa.

Carneiro explica que esse novo jeito de produzir aço está dando muito certo. “Já tivemos duas rodadas de financiamento. Obtivemos a participação de nove gigantes no mundo empresarial, como investidores ou acionistas”. A expectativa é que em dois anos o projeto-piloto vai estar operando de forma contínua com minério de ferro, provavelmente da BHP e da Vale. “Estamos terminando de modificar nosso equipamento tecnológico para começar a primeira corrida exploratória agora em abril. É a nova e limpa indústria do aço”, afirma.

Clique aqui e confira a entrevista sobre aço verde na íntegra.

*Com informações da Revista Ecológico

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