Cientistas transformam máscaras descartáveis em baterias econômicas e de longa duração
16 Fev 2022
A tecnologia que pode converter resíduos médicos, incluindo máscaras descartáveis, em baterias flexíveis e econômicas com o auxílio da tecnologia do grafeno
Com a pandemia de covid-19 as máscaras começaram a fazer parte do cotidiano das pessoas como se fossem uma segunda pele. É fundamental para a prevenção em relação ao vírus. Estima-se que a população mundial utiliza mais de 130 milhões de máscaras por mês. Quando essas máscaras são descartadas, elas criam centenas de toneladas de resíduos de polímeros. Esses resíduos são difíceis de reciclar e emitem produtos químicos tóxicos se queimados.
Cientistas da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia (NUST MISIS), na Rússia, desenvolveram uma tecnologia que pode converter resíduos médicos, incluindo máscaras descartáveis, em baterias flexíveis e econômicas com o auxílio da tecnologia do grafeno.
O grafeno é um importante produto da mineração composto por carbono. Ele pode ser aplicado em diversas áreas, sendo as mais conhecidas: construção civil, energia, telecomunicações, medicina e eletrônica. Além disso, ele também pode ser utilizado na produção de baterias e tecnologias de energia limpa.
Para criar uma bateria do tipo supercapacitor, primeiro as máscaras são desinfetadas com ultrassom, depois mergulhadas em ‘tinta’ feita de grafeno, que satura o material, a uma temperatura de 1000-1300°C. Um separador, também feito de material de máscara, com propriedades isolantes é então colocado entre os dois eletrodos feitos do novo material. Ele é saturado com um eletrólito especial, e, em seguida, uma concha protetora é criada a partir do material dos blisters médicos, como o paracetamol, explicou o professor Anvar Zakhidov, diretor científico do projeto de infraestrutura “Dispositivos fotovoltaicos de alto desempenho, flexíveis e baseados em perovskitas híbridas” da NUST MISiS.
Os pesquisadores afirmam que as baterias que utilizam grafeno e máscaras descartadas são bastante eficazes e que alcançam uma densidade de energia de 99,7 watts-hora por quilograma (Wh/kg). Esse valor se aproxima da densidade de energia da bateria de íons de lítio, que varia entre 100 e 265 Wh/kg
O novo método pode abrir caminho para a produção de baterias superiores de várias maneiras às baterias convencionais mais pesadas e revestidas de metal, que exigem mais custos de fabricação. As baterias finas, flexíveis e de baixo custo também são descartáveis ??e podem ser usadas em eletrodomésticos, de relógios a lâmpadas, no futuro.
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*Com informações do site Click Petróleo e Gás