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Carros feitos com nióbio e movido a hidrogênio são novidades em corridas de automóveis

04 Mar 2022

Crédito: Divulgação Extreme E

Você sabe o que é Extreme E e Extreme H? E qual a ligação com a mineração? 

O ‘Extreme E’ é o primeiro campeonato de carros elétricos off-road. Esta categoria do automobilismo mundial foi criada pelo empresário espanhol Alejandro Agag, com a proposta de mostrar carros elétricos correndo em regiões remotas e que sofrem com as mudanças climáticas do planeta. A primeira corrida foi realizada em 2021, na Arábia Saudita. 

Os carros elétricos são construídos em torno de uma gaiola de aço reforçada com nióbio e são alimentados por uma bateria de íon lítio de 40kWh. Para garantir que não falte energia, a organização da categoria leva o seu próprio equipamento de carregamento para os locais de prova. Um dia antes da corrida, o dispositivo usa energia solar para eletrolisar o hidrogênio da água e utilizá-lo em células de combustível que vão gerar a eletricidade necessária para carregar os carros da Extreme E. 

A fabricação destes veículos depende totalmente da mineração para o  fornecimento de metais, minérios, minerais capazes de potencializar a criação de novas tecnologias para o setor automobilístico. 

Considerada a versão off-road da Fórmula E, a Extreme E é totalmente voltada à sustentabilidade. Além da preocupação com os carros e equipamentos, o evento tem outras ações com o foco na preservação do meio ambiente. Os pilotos, por exemplo, viajam até os locais de prova em barcos ecologicamente corretos, em vez de utilizarem aviões. Outra medida adotada pela competição é escolher projetos de preservação do meio ambiente nas regiões das corridas, para serem apoiados.

Entre os donos de equipe, se destacam três campeões mundiais de Fórmula 1: Lewis Hamilton, Nico Rosberg e Jenson Button. Destes, apenas Button também esteve na pilotagem de um dos carros.

Categoria Extreme H

Sistema de alimentação das baterias. Crédito: ArsTechnica/Reprodução 

Com estreia prevista para 2024, A Extreme H terá o mesmo formato da Extreme E. Inclusive será realizada nos mesmos fins de semana e nas mesmas locações. O que difere as duas categorias é a fonte de energia dos veículos, ou seja, a Extreme H é exclusiva para carros com motores movidos a hidrogênio verde, uma combinação entre energia solar e água, ao invés das baterias usadas nos carros elétricos. 

De acordo com a notícia publicada no site UOL, o primeiro protótipo deverá ser lançado no começo de 2023. Além da pegada sustentável nos trens de força que os modelos utilizam, a categoria aposta também no uso de nióbio na composição dos seus componentes. O metal com grandes reservas no Brasil, se tornou presença constante em diversos protótipos. 

A vantagem do nióbio é que a liga metálica reduz o peso dos carros. Ele permite a construção de chassis mais finos e leves, porém resistentes. Devido às suas propriedades naturais, o metal melhora a rigidez da estrutura, mesmo com menor espessura dos componentes, melhora a relação peso/potência e garante a mesma segurança para os pilotos dos protótipos, principalmente em possível caso de acidente. 

A construção destes modelos colabora com o entendimento de como ele poderá ser utilizado futuramente em uma possível produção em larga escala em carros a combustão e elétricos. Assim como carros movidos a hidrogênio estão com uma margem de crescimento considerável e o carro de nióbio também está no caminho para crescer.

Sobre o Nióbio

Descoberto em 1801, pelo inglês Charles Hatchett a partir de estudos do mineral columbita, o nióbio é um elemento de ocorrência natural, embora não seja encontrado de forma livre na natureza, mas sim em minerais, como a columbita e tantalita. Ele é um metal macio, seguro e disponível, além de ser dúctil, maleável e altamente resistente à corrosão. Por sua característica de aprimorar propriedades e funcionalidades, o nióbio é usado em uma grande variedade de materiais para dar mais resistência. 

Devido sua capacidade de transformar as propriedades de outros materiais, o nióbio tem hoje inúmeras utilidades como por exemplo em carros, turbinas de aeronave, estruturas de pontes e edifícios, aparelhos de ressonância magnética, instrumento de marcapasso, sondas espaciais, foguetes, tubulações de gás, componentes eletrônicos e baterias.

No Brasil são encontradas as maiores reservas de nióbio do planeta. O país também é responsável pela maior fatia de comercialização desse metal. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração, existem onze produtoras de minério de nióbio, sendo associadas do IBRAM a CMOC e a CBMM, que juntas respondem por 95% da produção brasileira em Goiás e Minas Gerais, respectivamente. Foi em 1965 que o governo federal autorizou a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) a explorar as reservas de nióbio de Araxá. O governo de Minas Gerais, através da Codemig, possuía uma concessão para exploração da mina contígua à da CBMM.

Com informações dos sites TecMundo e Uol

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