Grafeno auxilia na recuperação de ouro de resíduos eletrônicos

31 Ago 2022
O Portal da Mineração já abordou o potencial do grafeno de transformar o mercado, principalmente de tecnologia. O nanomaterial é composto apenas por carbono, em que os átomos se ligam e formam estruturas hexagonais, formando uma fina camada. Pode ser aplicado em diversas áreas, sendo as mais conhecidas: construção civil, energia, telecomunicações, medicina e eletrônica.
Pesquisadores chineses da Universidade de Tsinghua, do Instituto de Tecnologia Avançada de Shenzhen sob a Academia Chinesa de Ciências (CAS) e britânicos do Instituto de Pesquisa de Metais sob o CAS e da Universidade de Manchester descobriram mais uma forma de utilização do nanomaterial. O óxido de grafeno reduzido pode extrair ouro de resíduos eletrônicos com alta eficiência e sem precisar de outros produtos químicos ou energia.
O ouro é utilizado em componentes eletrônicos devido à sua alta condutividade elétrica e facilidade de trabalhar. Entretanto, os dispositivos eletrônicos têm um alto volume de negócios, e a recuperação de ouro e outros metais preciosos é um processo que muitas vezes é complicado, ineficiente e requer produtos químicos ou alto calor.
O método desenvolvido pelos pesquisadores permite que apenas 1 grama de grafeno seja suficiente para extrair mais de 95% do ouro em uma determinada amostra. Primeiro, o lixo eletrônico é moído e depois dissolvido em uma solução. Uma membrana feita de óxido de grafeno reduzido é adicionada e, dentro de alguns minutos, o ouro puro começa a se acumular na superfície da membrana, que pode ser queimada, deixando para trás o ouro. A técnica pode ajudar a reduzir a quantidade de ouro que vai para o desperdício, além de reduzir o crescente problema ambiental do lixo eletrônico.
Veja o vídeo e confira como o ouro é extraído:
Sobre o grafeno
O Brasil tem uma das maiores reservas de grafita natural, material que contém grafeno. O país tem 45% do total das reservas mundiais. Embora seja observada a ocorrência de grafita em todo o território brasileiro, as reservas exploradas encontram-se em Minas Gerais e Bahia. Com a matéria-prima abundante, o Brasil também investe em pesquisas na área. O primeiro laboratório da América Latina destinado a pesquisas com grafeno está localizado no Brasil, na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, chamado MackGraphe.
O nanomaterial é 200 vezes mais forte que o aço. Apesar de fino e leve, o grafeno é um material extremamente forte, sendo o elemento mais rígido que se conhece, superando até mesmo o diamante. É o cristal mais fino conhecido e suas propriedades o fazem ser muito desejado, por ser leve, condutor de eletricidade, rígido e impermeável.Outra vantagem do material é que ele é extremamente barato para ser produzido.
*Com informações do site Click Petróleo e Gás.
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