Fertilizantes: a importância da mineração na alimentação e no dia a dia das pessoas
14 Jun 2021
Você já parou para pensar como a mineração é muito importante para o agronegócio? O Brasil tem índices de produtividade no campo de causar inveja a muitas nações. Os produtores brasileiros conseguem fornecer alimentos em quantidades cada vez maiores, com muito mais qualidade sem, necessariamente, aumentar a área plantada. E não vamos esquecer da pecuária. O rebanho criado no Brasil é reconhecido pela sua alta qualidade e os minérios são essenciais para qualificar as pastagens, por exemplo.
No entanto, o país só tem fertilizantes à disposição dos produtores rurais porque importa grandes quantidades do produto. Aproximadamente 85% dos fertilizantes utilizados são importados.
A produção brasileira é restrita e necessitamos importar esse percentual porque faltam pesquisas geológicas para identificar mais jazidas dos chamados agrominerais, que são utilizados na fabricação de fertilizantes. Segundo o vice-presidente comercial da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro, o aumento da produção de fertilizantes no Brasil depende da disponibilidade de recursos minerais cruciais para fabricar este insumo, além de condições favoráveis de preços, infraestrutura e impostos.
O crescimento populacional exige, cada vez mais, a oferta de alimentos. E o mundo tem um grande desafio pela frente: unir esforços para aumentar a produção de alimentos reduzindo ao máximo o impacto ambiental da agricultura. Fundamental nessa missão, a fertilidade e a saúde do solo, responsáveis pela garantia do aumento da produção de alimentos, são resultado – entre outras ações – da utilização dos fertilizantes, com participação ativa no crescimento da oferta dos alimentos.
Os fertilizantes são substâncias aplicadas no solo, que agem na nutrição, contribuindo para o aumento da produtividade, qualidade e sustentabilidade das culturas. Garantem ao produtor o aumento de sua produção, sem que seja obrigatório ampliar a área produtiva. “A adubação correta do solo, seguindo o conceito dos 4Cs do manejo (fonte Certa, na dose Certa, no local Certo e na hora Certa) pode influenciar em até 60% a produtividade das lavouras. Além disso, esses insumos permitem recuperar pastos degradados – que liberam carbono na atmosfera, eliminando gases do efeito estufa”, explica Eduardo Monteiro.
Segundo ele, a relação do setor mineral com os fertilizantes é umbilical. “É a etapa inicial para garantir mais qualidade à produção agrícola. A mineração é a fase fundamental no processo de produção de nutrientes para a agricultura. Para a fabricação dos fertilizantes minerais, elementos como fósforo (P) e potássio (K) – que estão presentes em rochas e minérios – são extraídos na terra, com cuidado e responsabilidade, refinados e transformados em fertilizantes. Os insumos retirados retornam à terra sob a forma de nutrientes, garantindo que os solos se tornem mais saudáveis e férteis, transformando a capacidade produtiva da agricultura brasileira e otimizando o rendimento das terras cultiváveis já utilizadas”, explica o executivo.
Onde estão as maiores reservas no Brasil
O Brasil possui reservas e recursos de agrominerais em diversas regiões, e algumas das principais ficam em Minas Gerais e Goiás, onde a Mosaic Fertilizantes e outros grandes produtores possuem operações de fosfato. “Além disso, temos a principal operação de potássio do país localizada no estado de Sergipe. A identificação de novas reservas de minérios no país deve estar atrelada à exploração responsável e sustentável”, afirma Eduardo Monteiro.
Os três principais elementos para a produção dos fertilizantes são:
Nitrogênio – A principal fonte de nitrogênio e matéria-prima para produção de fertilizantes nitrogenados é a amônia. Países que dispõem de gás natural são, também, grandes produtores de amônia e, consequentemente, de fertilizantes nitrogenados. O Brasil é o 4° maior consumidor mundial de nitrogênio, porém, produz internamente apenas parte dos fertilizantes nitrogenados utilizados. Dentre as fontes mais conhecidas, a ureia, é responsável por mais de 50% do nitrogênio utilizado na agricultura brasileira; outras fontes, como o sulfato de amônio e nitrato de amônio, também fazem parte da matriz de fertilizantes nitrogenados.
Fósforo – Segundo o governo federal, as reservas estão concentradas em apenas nove municípios brasileiros de quatro estados, onde o município de Tapira é o maior detentor de fosfato com 32,6%, Serra do Salitre com 13,5%, seguidos de Patos de Minas (11,9%) e Araxá (8,8%), todos no estado de Minas Gerais. No estado de Goiás os municípios de Catalão com (7,1%) e Ouvidor (6,8%). O estado de São Paulo é representado pelos municípios de Cajati (3,4%) e Iperó com (2,8%). E finalmente o estado de Santa Catarina que é representado pelo município de Anitápolis com 4,6%.
Potássio – As reservas estão localizadas nos estados de Sergipe (Bacia Sedimentar de Sergipe) e Amazonas (Bacia Sedimentar do Amazonas-Solimões).
Mercado de fertilizantes cresce 12% em 2020 no Brasil
A Mosaic Fertilizantes estima que o mercado de fertilizantes apresentou em 2020 um crescimento em torno de 12% em relação a 2019, atingindo recorde histórico de entregas ao produtor final. A demanda ficou em 40 milhões de toneladas. As importações de fertilizantes (responsáveis por aproximadamente 80% da demanda) fecharam em 32,8 milhões de toneladas – um aumento de 11% em relação a 2019.
No cenário mundial, o Brasil tem posição de destaque, sendo o maior importador global e o quarto maior consumidor do insumo. Entre 2019 e 2020, os fertilizantes foram o segundo principal produto importado pelo país.
O Brasil importa fertilizantes dos seguintes países: Canadá, Rússia, Alemanha, Israel, Estados Unidos, Espanha, Chile, Reino Unido e Holanda.