Cientistas chineses descobrem novo mineral na Lua

28 Set 2022
Aprendemos na fase escolar que a Lua é formada por núcleo, crosta e manto. O núcleo é sólido e rico em ferro. O manto, que é a camada intermediária entre o núcleo e a crosta, é formado basicamente por magnésio, ferro, silício e oxigênio. Já na crosta lunar encontramos oxigênio, silício, magnésio, ferro, cálcio, alumínio e pequenas quantidades de titânio, urânio, tório, potássio e hidrogênio.
Entretanto, será que é possível encontrar outros minerais na Lua? Cientistas do Instituto de Pesquisa de Geologia em Urânio (BRIUG), de Pequim, capital da China, encontraram um novo mineral chamado Changesite-(Y). É o primeiro descoberto no satélite natural da Terra pelos chineses e o sexto pela humanidade, segundo a instituição China Atomic Energy Authority (CAEA). Antes, Estados Unidos e Rússia já alcançaram esse feito em momentos distintos.
De acordo com a mídia estatal chinesa, o mineral é um fosfato em cristal colunar encontrado em partículas de basalto lunar. A missão Chang’e (nome em homenagem a deusa da Lua na cultura da China) começou em 2007, quando houve o lançamento de uma primeira sonda com foco em estudar a Lua, e foi responsável por um dos maiores investimentos do programa espacial chinês, conseguindo feitos extraordinários como o primeiro pouso bem-sucedido de uma sonda no lado oculto da Lua, em janeiro de 2019.
A amostra do novo mineral foi coletada na missão Chang’e-5, em 2020, que pousou na superfície lunar e recuperou amostras da Lua pesando cerca de 1731 gramas – as primeiras amostras lunares coletadas em mais de 40 anos. Ele foi reconhecido e aprovado pela Comissão de Classificação e Nomenclatura de Novos Minerais, subsidiária da Associação Mineralógica Internacional.
O material chegou à Terra em dezembro do ano passado e foi aproveitado em diferentes estudos sobre o satélite natural. Na prática, as amostras têm sido importantes para garantir mais precisão a cronologia da Lua, a origem e a evolução lunar, além de indicar processos que ocorreram na superfície lunar. A descoberta também é importante para que futuras missões lunares se preparem para o tipo de recursos que podem ser encontrados na Lua.
*Com informações do UOL e Olhar Digital
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