Como os minérios são úteis no combate ao Covid-19
26 Mar 2021
Há séculos, os minérios são grandes aliados da ciência e da medicina. Durante a pandemia, os centros de pesquisas e a indústria de insumos médicos e de equipamentos hospitalares ganharam destaque e alcançaram novos patamares. Nunca na história da humanidade foi tão necessária a produção de materiais como luvas, máscaras, agulhas, respiradores e inúmeros equipamentos utilizados no dia a dia dos hospitais, laboratórios, postos de saúde, por exemplo.
Mas, você já pensou que a produção desses materiais seria impossível sem a mineração? Além de estar presente em toda a cadeia produtiva que fabrica máquinas, equipamentos e insumos hospitalares, entre outros itens, existem vários minerais que já são usados em vários utensílios que ajudam no combate ao Covid-19 e outros que ajudam na eliminação de vírus e bactérias.
Muitas pessoas ainda desconhecem a eficácia desses minerais no combate a doenças e não fazem ideia o quanto são importantes no nosso dia a dia e que, no fim das contas, podem ser grandes aliados no combate às doenças contagiosas. Veja a seguir alguns exemplos de minerais importantes utilizados no combate ao Covid-19:
Cal e Calcário
São utilizados na manufatura de látex e plásticos, além de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), especialmente para a produção de bolsas de sangue e equipamentos médicos.
A cal e seus derivados também são utilizados na higienização e na eliminação de vírus, bactérias e outros patógenos em efluentes líquidos em estações de tratamento públicas, privadas e plantas industriais, na sanitização necessária em criatórios de aves, suínos e bovinos. Este minério também é essencial na produção de celulose e papel, indispensáveis para a produção de lenços descartáveis, papel higiênico, máscaras protetivas e toalhas para desinfecção. Os materiais são também essenciais para a produção de vidros utilizados na medicina.
Cobre
Esse metal, de cor avermelhada, tem propriedade antimicrobiana e uma grande capacidade de eliminação de vírus e bactérias, que em contato com uma superfície deste metal, ou uma de suas ligas, têm a sua membrana exterior destruída por íons (partículas eletricamente carregadas), que são naturalmente liberadas pelo cobre. Sem essa camada de proteção, toda a estrutura interna do organismo fica exposta e também acaba sendo eliminada. Nesse processo, até mesmo o material genético é danificado e isso significa que as possíveis mutações que ele tenha sofrido também não serão transmitidas.
Em alguns tipos de superfície, os microrganismos têm a capacidade de sobreviver por dias e até mesmo por semanas. Já em uma superfície com cobre a sobrevida desses vírus e bactérias seria apenas por algumas horas, o que representaria um avanço interessante no combate a doenças contagiosas.
O seu uso em ambientes onde há grande circulação de pessoas e incidência de doenças contagiosas, como hospitais, centros médicos, shoppings, entre outros, seria uma grande estratégia no combate ao Covid-19.
Prata
Utilizada há séculos em cirurgias para evitar a contaminação por bactérias, a prata vem ganhando destaque no combate ao Covid-19. Quando o átomo da prata entra em contato com o oxigênio, ele passa por um processo químico chamado oxidação, o que acaba liberando íons positivos de prata. Esses íons bloqueiam funções básicas de microorganismos, como reprodução e produção de energia.
Pesquisadores da empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), desenvolveram um tecido com micropartículas de prata na superfície, que demonstrou ser capaz de inativar o coronavírus SARS-CoV-2. O tecido testado em laboratório foi capaz de eliminar 99,9% da quantidade do vírus aos quais foi exposto, após dois minutos de contato. O material é composto por dois tipos de micropartículas de prata impregnados na sua superfície e por uma mistura de poliéster com algodão
Além do tecido, a empresa também testa a capacidade de inativação do Covid-19 pelas micropartículas de prata incorporadas à superfície de outros materiais, como filmes plásticos e um polímero flexível, parecido com uma borracha.
Ferro e Zinco
Componentes essenciais para a fabricação de equipamentos hospitalares, como os respiradores mecânicos, que são primordiais para a sobrevivência dos pacientes com insuficiência respiratória grave. Sem ele, a falta de ar intensa pode levar à falência de órgãos.
Nióbio
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveu uma solução à base de nióbio capaz de proteger diferentes tipos de superfície do novo coronavírus, por até 24 horas.
O composto de nióbio produzido para a desativação do coronavírus está relacionado a uma família dos polioxoniobatos. Sintetizado de uma forma nova, esse composto tem a capacidade de gerar espécies de oxigênio que desativam de forma eficiente uma elevada carga do coronavírus. Essas espécies de oxigênio são liberadas no meio ao se deparar com uma bactéria ou um vírus.
Aplicada na forma de gel ou líquido spray, a solução tem ação prolongada para limpeza e desinfecção das mãos e não causa reações adversas, como sensação de ressecamento da pele. O produto também se mostrou ativo na proteção de superfícies em ambiente doméstico e equipamentos e utensílios nos ambientes médico e odontológico.
Fonte: Com informações dos sites da UFMG e Ideologico.com.br