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Dolomita: pesquisadores resolvem mistério que intriga ciência há 200 anos

14 Dez 2023

Uma nova teoria revolucionária permite a sua produção da dolomita em laboratório e resolve uma das grandes questões da geologia

Dolomita é um mineral composto por  camadas de carbonato de cálcio e magnésio responsável por formações geológicas como as Montanhas Dolomitas na Itália, a Escarpa do Niágara, na América do Norte, e os Penhascos Brancos de Dover, no Reino Unido. Apesar da sua abundância em alguns lugares, é quase inexistente em formações mais recentes, o que intriga cientistas há dois séculos.  

Montanha de Dolomita. Crédito: canadastock/Shutterstock.com

Pesquisadores da Universidade de Michigan, em colaboração com a Universidade de Hokkaido, no Japão, descobriram como acelerar o seu crescimento em laboratório. De acordo com o IFL Science, os cientistas desenvolveram um software poderoso que simulou todas as possíveis interações entre átomos em crescimento de cristais de dolomita.

Ao longo de duas décadas, foram feitas várias tentativas para reproduzir os cristais e temperaturas menores de 60 graus. Para resolver o problema, os pesquisadores mudaram a estratégia variando o nível de saturação da solução. Eles descobriram que o mineral poderia crescer mais rapidamente se fosse submetido a ciclos em que houvesse menor concentração de cálcio e magnésio ao redor.

Dolomita

Dolomita. Crédito: Divulgação

Para testar essa teoria, a equipe desenvolveu experimento engenhoso utilizando microscópio eletrônico de transmissão. Um pequeno cristal de dolomita em solução de cálcio e magnésio foi exposto ao feixe de elétrons, que foi pulsado quatro mil vezes ao longo de duas horas para começar a dissolver o cristal. Quando o feixe é desligado, a solução circundante se ajusta rapidamente para um estado mais saturado.

Com este experimento, o cristal cresceu aproximadamente 100 nanômetros, o que representa 300 camadas recém-formadas de dolomita. Essa descoberta não apenas resolve o mistério da dolomita, mas também abre portas para o estudo dos processos geoquímicos que influenciaram a formação massiva desse mineral no mundo natural. Além disso, aprender a cultivar cristais sem defeitos de forma rápida pode ter aplicações importantes para a fabricação de diversos componentes essenciais para produtos, como semicondutores, painéis solares e baterias.

*Com informações do site Olhar Digital 

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