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Minerais estratégicos: o papel na transição energética

08 Jun 2022

Você sabe o que são minerais estratégicos? E qual a sua função na transição energética? 

 

Lítio, nióbio, grafita, cobre e fosfato são alguns dos minerais considerados estratégicos no Brasil pelo governo federal. Mas estes não são os únicos. Em junho de 2021 foi publicada a Resolução Nº 2 de 18 de junho de 2021, que define quais os minerais importantes para o país. 

Entretanto, quais critérios são considerados para que um mineral seja estratégico? Ele deve ser um bem mineral do qual o País dependa de importação em alto percentual para o suprimento de setores vitais da economia; bem mineral que tenha importância pela sua aplicação em produtos e processos de alta tecnologia; ou bem mineral que detenha vantagens comparativas e que seja essencial para a economia pela geração de superávit da balança comercial do país.

Estes minerais estratégicos possuem um papel fundamental na transição para um futuro de economia de baixo carbono.  São cruciais para a forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada. Para se ter uma ideia, um carro elétrico requer seis vezes mais insumos minerais do que um carro convencional. Segundo estimativas da International Energy Agency (IEA), a demanda por lítio deve crescer 40 vezes até 2040 e a demanda por cobalto, grafite e níquel entre 20 e 25 vezes até 2040. 

A presença destes minerais em terras brasileiras faz com o que o país tenha enorme potencial nesta área. No entanto, investimentos adequados em ciência e tecnologia têm sido o grande entrave para o desenvolvimento da extração mineral sustentável no país, assim como a capacitação técnica e uma política regulatória clara. 

Para o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Julio Nery, o país tem enormes desafios a superar para aproveitar a oportunidade desse novo mercado que está se abrindo. “Precisamos de mecanismos para desenvolver, de forma efetiva, o conhecimento geólogo brasileiro. A mineração trabalha com uma escala adequada do mapa. Atualmente, apenas 3% do país é mapeado em uma escala de 1:50.000 e cerca de 26% do território são conhecidos geologicamente na escala de 1: 100.000”, explica.

Julio ressaltou que apenas 0,6% do território brasileiro é ocupado pela mineração brasileira. “Mesmo utilizando pequena parcela do território, temos conseguido uma rentabilidade importante para o nosso país. No último ano tivemos um saldo mineral que foi equivalente a 80% do saldo comercial brasileiro”, analisa. Segundo ele, é necessário melhores mecanismos de financiamentos brasileiros para obter mais investimentos em pesquisa mineral e efetivamente o Brasil aproveitar essa janela de oportunidades desse mercado de transição energética.

É sempre bom lembrar que a extração mineral deve ser feita em qualquer parte do território de forma sustentável e organizada, com disseminação de boas práticas. Somente assim o Brasil poderá explorar todo o seu potencial e ser protagonista na transição energética.

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