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Novo Mapa Gravimétrico do Brasil aumenta conhecimento geológico e potencializa estudos no país

Parceria entre Serviço Geológico do Brasil e Universidade de São Paulo desenvolve ferramenta fundamental para estudos geofísicos, que revela variações da gravidade na superfície terrestre e auxilia na pesquisa de depósitos minerais como ouro, ferro e níquel.

Imagem: Divulgação SGB

Imagem: Divulgação SGB

O Serviço Geológico do Brasil (SGB), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu recentemente o mais novo mapa gravimétrico do país, ferramenta essencial para estudos geofísicos, especialmente na forma de Anomalia Bouguer, que revela variações de densidade na subsuperfície terrestre. E como essa parceria pode auxiliar no desenvolvimento da mineração?

As variações causadas pelas diferentes densidades de rochas e minerais, se refletem nas medidas de gravidade, que podem ser maiores ou menores em relação ao esperado. As anomalias positivas (maior gravidade) podem apontar a presença de materiais mais densos, como minerais metálicos, enquanto as anomalias negativas (menor gravidade) sugerem materiais menos densos, como sedimentos.

O geofísico da USP Roberto Zanon explica que esse mapa é amplamente usado na exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos, além de contribuir para a compreensão da estrutura geológica da crosta terrestre e da tectônica de placas. “No Brasil, o levantamento gravimétrico é importante devido à diversidade geológica do país, auxiliando tanto em pesquisas científicas quanto em prospecções econômicas”, acrescentou.

Os dados gravimétricos são fundamentais para as geociências, servindo a diferentes tipos de estudos. Em escala local, eles podem ser usados em projetos de mineração. Em escalas regionais e globais, ajudam a entender as características de bacias sedimentares, importantes na exploração de petróleo e gás, além de auxiliar na modelagem física da Terra.

Benefícios econômicos e científicos para os estados

O mapa gravimétrico traz diversos benefícios para os estados brasileiros, principalmente aqueles ricos em recursos minerais, como Minas Gerais, Pará, Goiás e Bahia. A detecção de anomalias gravimétricas auxilia na pesquisa de depósitos minerais como ouro, ferro e níquel. Em áreas de bacias sedimentares, o mapa pode ajudar na exploração de hidrocarbonetos, como petróleo e gás natural. Além disso, permite um estudo das estruturas tectônicas e das espessuras crustais, o que contribui para a criação de modelos da formação geológica.

Anomalias “Ar Livre” e “Bouguer”

Os levantamentos gravimétricos incluem correções que garantem maior precisão nos dados coletados. As anomalias “Ar Livre” e “Bouguer” são exemplos dessas correções. A “anomalia ar livre” ajusta a gravidade conforme a altitude do ponto de medição, em relação ao nível do mar, sem considerar a massa do terreno entre esse ponto e o nível do mar. Já a anomalia Bouguer compensa essa massa adicional, permitindo uma análise mais detalhada das variações de densidade subterrâneas.

Cobertura nacional do Mapa Gravimétrico

O mapa gravimétrico do Brasil cobre todo o território nacional, porém parte das regiões Norte e Centro-Oeste são cobertas apenas por dados de modelos de gravidade que ainda dependem, em parte, de dados de satélite e altimetria, com resolução bem menor, se comparados aos dados usados nas demais regiões do Brasil.

A aquisição de dados gravimétricos por aerolevantamentos, além de não agredir o meio ambiente, pode contribuir para melhorar a resolução do mapa brasileiro e aumentar sua utilidade para estudos futuros.

*Informações do Serviço Geológico do Brasil

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