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Mina no sertão baiano concentra mais de 80% da produção brasileira de diamantes

10 Jul 2025

Empreendimento representa guinada industrial para o País recuperar protagonismo perdido

Localizada no município de Nordestina, no sertão baiano, a Mina de Braúna concentra 81% da produção nacional de diamantes, segundo dados da Agência Nacional de Mineração de 2022. Pioneira em mineração diretamente em rocha vulcânica na América do Sul, a mina tem capacidade para produzir mais de 340 mil quilates por ano.

A Mina de Braúna fica a 360 quilômetros de Salvador e também representa uma revolução na exploração de diamantes no País, por ter sido a primeira de toda a América do Sul a extrair as pedras preciosas diretamente de sua rocha-mãe, o kimberlito.

Sua exploração começou em 2016, pela empresa canadense Lipari Mineração, que investiu mais de US$ 100 milhões de dólares no projeto. A empresa explora a jazida a céu aberto, sem a necessidade de construir túneis.

Até então, a mineração de diamantes no Brasil era predominantemente aluvial, ou seja, baseada no garimpo em leitos dos rios mineiros, como o Jequitinhonha. Ali as pedras eram encontradas pelos garimpeiros após serem erodidas de sua rocha de origem. 

Foi assim que o Estado de Minas Gerais, criou uma tradição de mais de 150 anos de liderança mundial brasileira na produção de diamantes – o chamado Ciclo do Diamante. Em 1725 foram encontrados os primeiros diamantes no Arraial do Tijuco, que então se transformou na atual cidade de Diamantina.

No entanto, com o esgotamento dos depósitos mais ricos e a descoberta de minas gigantes na África do Sul, já no século 19, o Brasil perdeu seu protagonismo. Hoje, o País não figura entre os 10 maiores produtores do cenário global.

A operação industrial da Mina de Braúna, no entanto, representa uma nova era para o setor no País. Sua planta de processamento tem capacidade para tratar cerca de 720 mil toneladas de kimberlito por ano, o que pode gerar uma produção de diamantes de mais de 340 mil quilates – cinco vezes mais do que o País vinha produzindo. Assim, o empreendimento não só é um marco tecnológico e industrial como redefiniu o polo produtor de diamantes no Brasil. 

Fica fácil entender porque “a boa terra” foi escolhida para abrigar a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2025), reconhecida como um dos eventos mais importantes do setor mineral na América Latina.

O evento realizado anualmente pelo Instituto Brasileiro da Mineração (IBRAM) é considerado a maior vitrine para a geração de negócios no setor e, neste ano, será realizado de 27 a 30 de outubro no Centro de Convenções Salvador.

Fonte: Sites Click Petróleo e Gás e Mineramt.com.br

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