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Lítio: um caminho para a transição energética

10 Nov 2022

O lítio é um metal alcalino raro cujas propriedades físico-químicas o tornam especial e de pouca substituição. Componente essencial para as baterias recarregáveis e produtos de alta tecnologia, é considerado um elemento estratégico no Plano Nacional de Mineração para 2050. 

Você sabe por que o lítio é tão importante na produção de baterias? Por ser o metal mais leve da tabela periódica, com um bom balanço entre densidade, baixo peso, troca de energia e eficiência energética, ele tem grande potencial eletroquímico. As baterias de lítio apresentam grande vantagem quanto a sua densidade de energia, uma vez que que o metal é um elemento altamente reativo. 

Lítio: um caminho para a transição energética

As principais características das baterias de lítio são a grande vida útil, ausência do efeito memória (degradação do ânodo e/ou do eletrólito) e grande densidade volumétrica de energia. Também são economicamente viáveis, podendo ser fabricadas em diferentes associações de células e formatos, em busca de maior capacidade, corrente de curto circuito, tensão ou ambas simultaneamente. A tecnologia permite que a bateria seja fabricada para diferentes fins.

Atualmente, os depósitos de lítio economicamente viáveis estão distribuídos em três grandes categorias: minérios com origem em rochas sãs (pegmatitos); 2- minérios originados em salmouras evaporíticas continentais (além de salmouras hidromórficas e geotermais – estes últimos menos expressivos); 3 – minérios originados de argilas hectoritas, e outros minerais de argilas menos comuns, que também podem conter lítio, como a jadarita. 

Tendo em vista perspectivas da crescente demanda por lítio e para que essa indústria seja viável economicamente e atue de maneira sustentável pelos próximos anos, é fundamental que seja feito o aproveitamento total dos recursos disponíveis a partir do desenvolvimento de novas tecnologias para o beneficiamento desses minerais e aproveitamento de seus subprodutos.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) disponibiliza um hotsite com informações exclusivas sobre o metal.  Clique aqui para acessar. 

Lítio no Brasil e no mundo

No Brasil, o lítio está hospedado em rochas ígneas, chamadas de pegmatitos, diferentemente das salmouras evaporíticas, onde é encontrado na forma de sais. Os locais com produção do metal no país são: Subprovíncia de Solonópole (CE), Província Pegmatítica da Borborema  (RN / PB), Sul de Tocantins, Nordeste de Goiás  (TO / GO), Região de Itambé (BA), Área do médio Jequitinhonha (MG), Região Leste de Minas Gerais (MG) e Província Pegmatítica de São João del Rei – (MG). 

Uma das empresas que atua com produção de lítio no Brasil é a Sigma Mineração S.A, localizada em Araçuaí e Itinga, região nordeste de Minas Gerais. A mineradora está em fase de pré-construção e, de acordo com o seu Relatório de Estudo de Viabilidade, planeja produzir 220.000 toneladas por ano de lítio concentrado e lítio para bateria (33.000 toneladas de equivalente de carbonato de lítio. O seu objetivo é participar da cadeia de fornecimento global de veículos elétricos. 

Chile, Austrália, Argentina e China detêm juntos cerca de 95% das reservas de lítio atualmente conhecidas no mundo. Depósitos de lítio do tipo salmoura são encontrados na Bolívia, Chile e Argentina, além de China e EUA. Por outro lado, depósitos de lítio em pegmatitos estão localizados na Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, China, Congo, República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Mali, Namíbia, Peru, Portugal, Sérvia, Espanha, EUA e Zimbábue.

Além desses depósitos, o metal pode também ser obtido por meio de argila, como ocorre no México e Estados Unidos, e outras fontes. Por contribuir com a maior parte da produção mundial de lítio, têm destaque quatro depósitos em pegmatitos na Austrália e duas minas em depósitos do tipo salmoura e uma em pegmatito na China. Além disso, operações menores no Brasil, China, Portugal, EUA e Zimbábue também contribuem para a produção de lítio no cenário global (Sumário de Commodities Minerais da USGS de 2022 e Bibienne et al., 2020).

*Fonte: Serviço Geológico do Brasil 

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